segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

O projeto pedagógico da escola

Expomos aqui  alguns elementos centrais de seu Projeto Político Pedagógico (PPP), o qual foi sistematizado no ano de 1999 a partir de diversos momentos de discussão realizados pelos profissionais da unidade sobre orientações gerais trazidas pela coordenadora pedagógica. O PPP da Umei define como base teórica do trabalho a ser desenvolvida na escola as idéias de Vygotsky, sobretudo aquelas que dizem respeito ao papel ativo da linguagem na construção do conhecimento. A partir das contribuições desse estudioso é que se entende a sala de aula (comumente chamada apenas de sala naquele contexto) como importante local de desenvolvimento do aluno, o que fica evidente quando destaca que:

Pode-se ler nas entrelinhas da obra de Vygotsky que o contexto investigativo e instigante da sala de aula, permeado pelo conhecimento científico, na dimensão sócio-histórica, promovendo a aprendizagem, é fundamental para o desenvolvimento da criança. (UMEIRAC, 1999, p. 3)

            Isso justificaria o estabelecimento do seguinte eixo norteador para o trabalho da unidade:
[...] a professora é a desafiadora do desenvolvimento da criança, por meio de atividades nas diferentes áreas do conhecimento. Então, o fio condutor e orientador do nosso trabalho pode assim ser sintetizado: o aluno é o construtor e a professora, a mediadora dessa construção. (ibidem)

            Nessa perspectiva, o brinquedo de faz-de-conta, o desenho e a escrita são tomados como diferentes momentos do processo de desenvolvimento da linguagem escrita. Essa última, portanto, é ensinada não mais como a mera decifração de códigos, mas apenas como “algo de que a criança necessita”, uma vez que a mesma já se encontra inserida num universo letrado desde muito cedo.       
            Também as brincadeiras e os jogos ganham um novo significado e passam a integrar todo o processo de trabalho e construção da linguagem e conhecimento, indo desde “... atividades livres para aquelas com um certo grau de estruturação e organização conjunta de regras com um propósito determinado...” (UMEIRAC, 1999, p. 10), mediadas pela professora.
            A avaliação é definida no Projeto Político Pedagógico da escola como um instrumento que permite, por meio da observação das produções dos alunos e discussões a respeito do processo pedagógico, a melhoria da qualidade do trabalho com a reorganização/reorientação do mesmo.
Analisando nosso trabalho com as crianças podemos refletir sobre e investigar o nosso saber-fazer, dialogando com as crianças e as professoras das diferentes turmas. Podemos, ainda, aprofundar e ampliar a qualidade de nossa intervenção mediadora no processo de desenvolvimento-ensino-aprendizagem infantil. (ibidem, p. 12)

Essa é a base teórica do trabalho que se concretiza em atividades diversas realizadas com as crianças e num processo de construção de todo um trabalho coletivo que tem como princípio:

[...] a complexa relação entre:
a)           Os processos de desenvolvimento-aprendizagem infantil;
b)           O conhecimento socialmente elaborado;
c)           E o nosso [das professoras] próprio processo de aprendizagem e reflexão na apropriação dos fundamentos teóricas relativos aos processos de desenvolvimento-aprendizagem infantil aqui delineados. (UMEIRAC, 1999, p. 5)

São esses os pontos que têm efetivamente norteado o trabalho na Umei Rosalina de Araújo Costa.

Um comentário:

  1. Gostaria de tornar pública minha observação quanto ao trabalho apresentado esta manhã (defesa de dissertação) da Professora Adriana Santos da Mata que além de admirável interlocutora divulgou com muita propriedade o trabalho desta Unidade que nos remete imediatamente ao compromisso com a educação pública como projeto de emancipação dos sujeitos (adultos e crianças). A saudação portanto a Adriana se estende a toda equipe na medida em que ela é fragmento desta realidade.

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