Expomos aqui alguns elementos centrais de seu Projeto Político Pedagógico (PPP), o qual foi sistematizado no ano de 1999 a partir de diversos momentos de discussão realizados pelos profissionais da unidade sobre orientações gerais trazidas pela coordenadora pedagógica. O PPP da Umei define como base teórica do trabalho a ser desenvolvida na escola as idéias de Vygotsky, sobretudo aquelas que dizem respeito ao papel ativo da linguagem na construção do conhecimento. A partir das contribuições desse estudioso é que se entende a sala de aula (comumente chamada apenas de sala naquele contexto) como importante local de desenvolvimento do aluno, o que fica evidente quando destaca que:
Pode-se ler nas entrelinhas da obra de Vygotsky que o contexto investigativo e instigante da sala de aula, permeado pelo conhecimento científico, na dimensão sócio-histórica, promovendo a aprendizagem, é fundamental para o desenvolvimento da criança. (UMEIRAC, 1999, p. 3)
Isso justificaria o estabelecimento do seguinte eixo norteador para o trabalho da unidade:
[...] a professora é a desafiadora do desenvolvimento da criança, por meio de atividades nas diferentes áreas do conhecimento. Então, o fio condutor e orientador do nosso trabalho pode assim ser sintetizado: o aluno é o construtor e a professora, a mediadora dessa construção. (ibidem)
Nessa perspectiva, o brinquedo de faz-de-conta, o desenho e a escrita são tomados como diferentes momentos do processo de desenvolvimento da linguagem escrita. Essa última, portanto, é ensinada não mais como a mera decifração de códigos, mas apenas como “algo de que a criança necessita”, uma vez que a mesma já se encontra inserida num universo letrado desde muito cedo.
Também as brincadeiras e os jogos ganham um novo significado e passam a integrar todo o processo de trabalho e construção da linguagem e conhecimento, indo desde “... atividades livres para aquelas com um certo grau de estruturação e organização conjunta de regras com um propósito determinado...” (UMEIRAC, 1999, p. 10), mediadas pela professora.
A avaliação é definida no Projeto Político Pedagógico da escola como um instrumento que permite, por meio da observação das produções dos alunos e discussões a respeito do processo pedagógico, a melhoria da qualidade do trabalho com a reorganização/reorientação do mesmo.
Analisando nosso trabalho com as crianças podemos refletir sobre e investigar o nosso saber-fazer, dialogando com as crianças e as professoras das diferentes turmas. Podemos, ainda, aprofundar e ampliar a qualidade de nossa intervenção mediadora no processo de desenvolvimento-ensino-aprendizagem infantil. (ibidem, p. 12)
Essa é a base teórica do trabalho que se concretiza em atividades diversas realizadas com as crianças e num processo de construção de todo um trabalho coletivo que tem como princípio:
[...] a complexa relação entre:
a) Os processos de desenvolvimento-aprendizagem infantil;
b) O conhecimento socialmente elaborado;
c) E o nosso [das professoras] próprio processo de aprendizagem e reflexão na apropriação dos fundamentos teóricas relativos aos processos de desenvolvimento-aprendizagem infantil aqui delineados. (UMEIRAC, 1999, p. 5)
Gostaria de tornar pública minha observação quanto ao trabalho apresentado esta manhã (defesa de dissertação) da Professora Adriana Santos da Mata que além de admirável interlocutora divulgou com muita propriedade o trabalho desta Unidade que nos remete imediatamente ao compromisso com a educação pública como projeto de emancipação dos sujeitos (adultos e crianças). A saudação portanto a Adriana se estende a toda equipe na medida em que ela é fragmento desta realidade.
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